A tuberculose é uma doença infecciosa causada por uma bactéria chamada de Mycobacterium tuberculosis, também conhecida como bacilo de Koch, em homenagem a Robert Koch, médico alemão que identificou a bactéria. A doença é muito famosa pelo seu acometimento pulmonar (tuberculose pulmonar), mas outros órgãos também podem ser infectados pela tuberculose, como pele, rins, linfonodos, ossos e cérebro.
Actualmente 1/3 da população mundial está infectada pelo bacilo de Koch. O fato é que apenas 10% das pessoas que entram em contacto com a bactéria desenvolvem sintomas de tuberculose. Esta resistência dá-se pelo nosso sistema imunitário, que impede a progressão da doença. Apesar desta resistência, a bactéria muitas vezes não é completamente eliminada pelo sistema imune e fica adormecida no nosso organismo, sem causar sintomas, à espera de uma queda nas nossas defesas para voltar a se multiplicar.
HISTÓRIA
A história da tuberculose remonta mais de 20.000 anos atrás. Acredita-se que em algum momento de sua evolução, algumas espécies de bactérias se tornaram capazes de invadir hospedeiros animais. Isso possivelmente ocorreu com a primeira espécie Mycobacterium bovis, que é considerado pela maioria dos especialistas como a mais antiga das espécies que compõem o complexo Mycobacterium tuberculosis. O M. bovis finalmente passou para o ser humano em um momento que coincidiu com a domesticação de animais.
Ossos humanos do período Neolítico mostraram a presença da bactéria, embora a magnitude exata não seja conhecida antes do século XIX. Ainda assim, estima-se que ela atingiu o seu auge entre o final do século XVIII e o final do século XIX.
SINTOMAS
O principal sintoma da tuberculose é a tosse seca persistente que com o passar dos dias, torna-se numa tosse com sangue ou com pus. Além deste sintoma, ainda é possível mencionar:
- mal estar geral
- dor torácica
- perda de peso
- anorexia
- suor noturno exagerado, chega a molhar o lençol
- produção de escarro esverdeado ou amarelado pela manhã
- febre, especialmente ao entardecer
- dificuldade respiratória
- cansaço
A tuberculose pode afetar outros órgãos do corpo além dos pulmões, esta condição é denominada tuberculose extrapulmonar e neste caso os sintomas serão outros.
TRANSMISSÃO
Apenas os doentes com o bacilo de Koch no pulmão e que sejam bacilíferos, isto é, que eliminem o bacilo no ar, através da tosse, espirro ou fala, que transmitem a bactéria. Quando a tubercolse encontra-se em outras partes do corpo que não sejam o pulmão, não a transmissão, visto que esta dá-se através da tosse.
Os doentes com tuberculose que já estão a ser tratados não oferecem perigo de contágio porque a partir do início do tratamento este risco vai diminuindo dia após dia. Quinze dias depois de iniciado o tratamento, é provável que o paciente já não elimine os bacilos de Koch.
Note-se que um espirro de um doente com tuberculose projecta no ar cerca de dois milhões de bacilos. Através da tosse, cerca de 3,5 mil partículas são igualmente projectadas para a atmosfera.
A prevenção é a arma mais poderosa e genericamente usada em todo o mundo. É feita através da vacina que é aplicada nos primeiros 30 dias de vida e capaz de proteger contra as formas mais graves de tuberculose. É, por isso, obrigatória e tomada por milhões de crianças em todo o mundo.
O diagnóstico da tuberculose é feito pelo médico com base na história, exame clínico e exames complementares, que podem incluir:
- Radiografia de tórax;
- Baciloscopia (exame que procura os bacilos da tuberculose no escarro).
TRATAMENTO
O tratamento consiste na combinação de três medicamentos: rifampicina, isoniazida e pirazinamida. Este tratamento dura cerca de seis meses e deve ser sempre acompanhado pelo médico de família do seu centro de saúde.
PREVENÇÃO
Para a produção da vacina BCG (Bacilo de Calmette e Guérin), uma parte da molécula de DNA do bacilo é retirado e inserido em plasmídeos que permitem a sua multiplicação em larga escala em bactérias Escherichia coli. O plasmídeo recombinante, quando aplicado em animais, permitem o reconhecimento deste mesmo plasmídeo, com DNA do bacilo e permite uma activação da resposta imunitária. No DNA fica o código genético que codifica um antigénio o qual tem a potencialidade de induzir uma resposta imune. Quando aplicada em animais, a vacina de DNA induz a produção da proteína antigénica dentro de células do sistema imunológico, como os macrófagos e as células dendríticas. Essas células são conhecidas como células apresentadoras de antigénios e estão directamente relacionadas com a estimulação da produção de anticorpos e activação de linfócitos T.
Deve ainda tratar-se, o mais breve possível, os doentes com tuberculose, para que o contágio não prolifere, e procurar não respirar em ambientes saturados, pouco arejados e pouco limpos.